Frida Kahlo

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    O bonde
    ( 1929) Frida Kahlo
    Um acidente de bonde foi um dos grandes eventos trágicos que marcaram a vida de Frida. Ocorrido no dia 17 de setembro de 1925 quando a pintora viajava com o namorado rumo à Coyoacán, o acidente que mudou para sempre a vida de Frida e ficou eternizado na tela pintada em 1929. Depois do acidente, a pintora precisou passar por uma série de cirurgias e ficou presa a uma cama de hospital durante meses, o que a levou a pintar em um cavalete posicionado sobre a sua cama. Além de ter sido obrigada a parar a sua vida, Frida também ficou com sequelas consideráveis depois do acidente. No registro pintado vemos cinco passageiros e uma criança sentados no banco, tranquilos, a espera da chegada do destino final. A criança é a única que olha para fora, para a paisagem. Ainda a respeito da paisagem, é curioso que um dos prédios carregue na fachada o nome La Risa, que significa em português O Riso. No banco os passageiros tem posturas completamente distintas: vemos uma mulher de origem indígena descalça e um trabalhador de macacão enquanto observamos um casal bem vestido e uma senhora que parece ser dona de casa.
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    Frida e Diego Rivera
    (Museu de Arte Moderna da Cidade do México, 1931) Frida Kahlo
    O quadro que leva o nome do casal mais famoso do universo das artes plásticas mexicano foi pintado no ano de 1931. O retrato foi oferecido por Frida ao amigo e mecenas Albert Bender. A pomba que aparece sobrevoando a cabeça da pintora carrega uma faixa com os seguintes dizeres: "Aqui você vê a mim, Frieda Kahlo, com meu amado marido Diego Rivera. Pintei este retrato na linda cidade de São Francisco, Califórnia, para nosso amigo, o Sr. Albert Bender, no mês de abril do ano de 1931". Frida na ocasião estava acompanhando o seu marido, o muralista Diego Rivera. Eles eram recém casados e o famoso pintor mexicano havia sido convidado para criar uma série de murais na Escola de Belas-Artes da Califórnia e na Bolsa de Valores de São Francisco. Na pintura vemos Diego com os seus instrumentos de trabalho na mão direita - os pincéis e a paleta - enquanto a mão esquerda segura Frida, nessa ocasião mera acompanhante da viagem de trabalho do marido. Rivera aparece com protagonismo na pintura, basta reparar a escala e a proporção se comparado à mulher. Na vida real o pintor era um homem efetivamente robusto e maior que Frida (precisamente 30 centímetros), na imagem vemos essa diferença de dimensões evidenciada.
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    Meus Avós, Meus Pais e Eu
    (Museu de Arte Moderna da Cidade do México, 1936) Frida Kahlo
    A tela pintada em 1936 por Frida Kahlo é uma criativa árvore genealógica ilustrada. A pequena menininha ao centro é Frida, que deveria ter cerca de dois anos de idade enquanto segurava uma fita vermelha que mostrava as gerações da família. A menininha, nua, está de pé em proporção enorme pisando uma árvore, demonstrando estar ligada às suas raízes. Logo acima dela estão os pais da pintora em uma imagem que parece ter sido inspirada na fotografia do casamento. No ventre da mãe está Frida, ainda um feto, ligada pelo cordão umbilical. Logo abaixo do feto está uma ilustração do encontro de um óvulo com um espermatozoide. Ao lado da mãe de Frida estão os avós maternos, o índio Antonio Calderón e a sua esposa Isabel González y González. Ao lado do pai estão os avós paternos, os europeus, Jakob Heinrich Kahlo e Henriette Kaufmann Kahlo. A tela ilustra a genealogia híbrida de Frida e através dela podemos, por exemplo, rastrear características físicas da pintora. Da avó paterna a pintora terá herdado as características sobrancelhas grossas e unidas. Em segundo plano vemos uma área verde com cactos típicos da região central do México e uma pequena vila.
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    Minha Ama e Eu
    ( 1937) Frida Kahlo
    Quando Frida nasceu, a mãe, Matilde Calderón, não tinha leite para amamentá-la. Especula-se que a mãe também tenha passado por um duro período de depressão pós parto e, quando o bebê tinha apenas 11 meses Matilde teria dado à luz a um novo bebê, Cristina. Por esses motivos Frida foi entregue à uma ama de leite indígena. A prática era relativamente comum no México naquela época. A pintura de Frida, criada em 1937, regista esse momento da sua vida. Perturbadora, a imagem apresenta a própria figura da pintora com um corpo de bebê e uma cabeça de adulto. A ama, por sua vez, não tem feições definidas e aparece como uma anônima carregando uma máscara pré-colombiana. Ao fundo vemos uma paisagem natural de um lugar não identificado. Do seio da ama jorra o leite que alimenta a pequena Frida. Vemos a imagem da fartura na mama direita da ama, na mama esquerda, onde Frida se encontra, observamos um desenho mais técnico dos caminhos que levam à glândula mamária. Apesar de fisicamente próximas, a bebê encontra-se no colo da ama, ambas as figuras parecem distantes emocionalmente, elas nem sequer se olham.
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    Meu Nascimento
    ( 1932) Frida Kahlo
    Na tela Meu Nascimento, pintada em 1932, vemos representado o parto que resultou no nascimento de Frida Kahlo. A imagem, fortíssima, apresenta a mãe coberta por um lençol branco, como se estivesse morta. Um dado da vida pessoal da pintora: a mãe de Frida sofreu de depressão pós parto. Além de não poder amamentar, Matilde Calderón engravidou logo dois meses depois de dar a luz à Frida. Por esses motivos, Matilde entregou a menina para uma ama de leite. Na tela lemos o abandono e o desamparo do bebê que sai do ventre da mãe praticamente sozinho. A menina parece estar nascendo fruto da sua própria ação, sem a participação da mãe. O quadro testemunha essa solidão inicial que Frida viria a carregar pelo resto da vida. Ao fundo da cama observamos uma imagem religiosa da Virgem dos Lamentos, vale lembrar que a mãe de Frida, era profundamente católica.